quarta-feira, 1 de agosto de 2012

PLANOS II


Diz que vai me dizer tuas verdades
Me conta o que há para contar
Sorri para mim cada sorriso teu
Me abraça o que há para abraçar
E conta comigo o que for para compartilhar

Cada ponto,
Cada vírgula,
Cada verbo de ligação,
Cada oração coordenada,
E nosso texto, como uma ata,
Não terá parágrafos
Pois, ainda que digressivo,
O assunto será uno: nós.

E o que for de chorar,
De entristecer, de lamentar,
De silenciar, de calar até,
Não chore para mim.
Não silencie para mim,
mas comigo,
Pois cada momento teu
Peço que seja também meu.

Faz o que for para se fazer
Sente o que for para se sentir
Sonha o que há para se sonhar
Me beija cada beijo teu
E fica comigo cada instante que há para se existir

E o que é breve,
O que é fátuo,
Sirva apenas para pontuar e relevar
O enredamento dessa trama perene
De modo a nos lembrar
Que o efêmero
Só passa com a permissão do esquecimento.

Me apresenta o que é teu
Que não sou eu,
Pois o meu eu já é teu
E já o apresentaste a mim.

30/06/2007

Nenhum comentário: