Diz que vai
me dizer tuas verdades
Me conta o
que há para contar
Sorri para
mim cada sorriso teu
Me abraça o
que há para abraçar
E conta
comigo o que for para compartilhar
Cada ponto,
Cada vírgula,
Cada verbo de
ligação,
Cada oração
coordenada,
E nosso
texto, como uma ata,
Não terá
parágrafos
Pois, ainda
que digressivo,
O assunto
será uno: nós.
E o que for
de chorar,
De
entristecer, de lamentar,
De silenciar,
de calar até,
Não chore
para mim.
Não silencie
para mim,
mas comigo,
Pois cada
momento teu
Peço que seja
também meu.
Faz o que for
para se fazer
Sente o que
for para se sentir
Sonha o que
há para se sonhar
Me beija cada
beijo teu
E fica comigo
cada instante que há para se existir
E o que é
breve,
O que é
fátuo,
Sirva apenas
para pontuar e relevar
O enredamento
dessa trama perene
De modo a nos
lembrar
Que o efêmero
Só passa com
a permissão do esquecimento.
Me apresenta
o que é teu
Que não sou
eu,
Pois o meu eu
já é teu
E já o
apresentaste a mim.
30/06/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário