quinta-feira, 24 de outubro de 2013

REFERÊNCIAS II

Ela foi escrita por Charles Bukowski.
Descrita por José de Alencar.
Desenhada por Milo Manara.
Musicada por Arnaldo Baptista.
Cantada por Joey Ramone.

Como ficar imune?

(por que querer ficar imune?)

domingo, 20 de outubro de 2013

PONTEIROS

O relógio da parede parou há alguns dias e eu sempre esqueço de comprar pilhas novas. Eu durmo, acordo, leio, penso um bocado, anoitece e amanhece.

Pensando bem, o relógio está bem correto em sua contagem do tempo na minha parede.

sábado, 12 de outubro de 2013

DISPOSOFOBIA


Hoje pela manhã eu tive que dar uma boa organizada aqui no meu pequeno espaço.  Papéis, meias, livros, instrumentos musicais, sapatos e camisas por todo canto, como se tivessem sido atirados de um avião sem nem mesmo estarem em um contêiner. Mal se podia caminhar sem o risco de pisar em algo. Não saberia dizer quantos minutos já viraram horas perdidas procurando coisas triviais e óbvias como a carteira de motorista ou minhas chaves.

Há poucos dias uma amiga me falou que um quarto pode até estar arrumado, mas se a cama estiver bagunçada, anula todo o entorno. O efeito também é inversamente correspondente: Se a cama estiver arrumada, a ideia de organização contaminará o ambiente, ainda que haja cuecas jogadas sobre abajures ou em cima do computador. Minha cama estava mesmo merecendo especial atenção, pois já não me dava sequer condições de dormir nela, tamanha a quantidade de coisas acumuladas.

Há quinze anos deixei de dormir no meio da cama, que era de solteiro, para dormir do lado esquerdo (se deitado de costas, olhando para cima). A cama passara a ser de casal.

Já se passaram nove anos desde que eu poderia voltar a dormir no meio da cama, mas não consigo...  Ainda teimo em ocupar unicamente o espaço da esquerda e vou, compulsiva e quase compulsoriamente, ocupando o outro lado com roupas, livros, equipamentos eletrônicos, instrumentos musicais, qualquer coisa que não seja a lembrança de um travesseiro vazio.

Semanas de acúmulos se justificam. A bagunça generalizada me incomoda, mas muito menos que a cama arrumada me dói.

Já passa da hora de ir dormir e eu a encaro e preparo algumas armas. Não posso ir sem recursos. Reiniciarei o processo com algumas provas e canetas e a prateleira móvel. Deixarei o computador portátil a postos também.

Há duas horas estou tentando me convencer de que este texto é só mais uma crônica.

domingo, 6 de outubro de 2013

MUSAS

Ao poeta não são necessários amores, bastam-lhe as musas;
Tampouco lhes são necessárias razões, bastam-lhes um motivo.

Um dia quis ser poeta e ter poucas necessidades.

Hoje não sou mais poeta e as tenho menos ainda.